Psicografias

A psicografia é a técnica utilizada pelos médiuns para que estes escrevam um texto sob a influência de um espírito desencarnado, utilizando para isso sua própria mão, o que deu origem à “psicografia direta” ou “psicografia manual”. De todas as formas de comunicação, a escrita manual é a mais simples e a mais completa porque permite estabelecer relações permanentes e regulares com os espíritos.

Conheça as psicografias publicadas em nosso boletim informativo mensal – A VIDEIRA

Agosto 2022

RAIOS, ONDAS, MÉDIUNS, MENTES…

A Ciência do século XX, estudando a constituição da matéria, caminha de surpresa em surpresa, renovando aspectos de sua conceituação milenar.

Não obstante a teoria de Leucipo, o mentor de Demócrito, o qual, quase cinco séculos antes do Cristo, considerava as coisas formadas de partículas infinitesimais (átomos), em constante movimentação, a cultura clássica prosseguia detida nos quatro princípio de Aristóteles, a água, a terra, o ar e o fogo, ou nos três elementos hipostáticos dos antigos alquimistas, o enxofre, o sal e o mercúrio, para explicar as múltiplas combinações no campo da forma.

No século XIX, Dalton concebe cientificamente a teoria corpuscular da matéria renovando ideias e concepções em volta da chamada “partícula indivisível”.

Extraordinárias descobertas descortinam novos e grandiosos horizontes aos conhecimentos humanos.

Crookes estuda os raios catódicos.

Röntgen observa que radiações invisíveis atravessam o tubo de Crookes envolvido por uma caixa de papelão preto, e conclui pela existência dos raios X.

Henri Becquerel experimenta o urânio, à procura de radiações do mesmo teor, encontra motivos para novas indagações.

O casal Curie analisa toneladas de pechblenda e detém o rádio.

Rutherford inicia preciosos estudos em torno da radioatividade.

O átomo sofre perseguição na fortaleza a que se acolhe e confia ao homem a solução de numerosos segredos.

E, desde o último quartel do século passado, a Terra se converteu num reino de ondas e raios, correntes e vibrações.

O estudo dos raios cósmicos evidencia as energias espalhadas no Universo, provendo os físicos de instrumento para investigação dos fenômenos atômicos e subatômicos.

Bohrs, Planck, Einstein erigem novas concepções.

O veículo carnal agora não é mais que um turbilhão eletrônico, regido pela consciência.

Cada corpo tangível é transformado em energia, e esta desaparece para dar lugar à matéria.

Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.

Os laboratórios são templos em que a inteligência é concitada ao serviço de Deus, e, ainda mesmo quando a celebração se perverte, transitoriamente subornada pela hegemonia política, geradora de guerras, o progresso da Ciência, como conquista divina, permanece na exaltação do bem, rumo a glorioso porvir.

O futuro pertence ao Espírito!

E, meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luiz organizou estas páginas, em torno da mediunidade, compreendendo a importância do intercâmbio espiritual entre as criaturas.

Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida.

E agora, reconhece-se na posição de uma consciência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.

Compreende que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior.

E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida primitivista ou torturada.

Cada criatura com os sentimentos emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se identifica.

E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, estudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores, do Céu para Terra, colaborando na construção dos tempos novos.

Todavia, o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos.

Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida.

André Luiz é bastante claro para que nos alonguemos em qualquer consideração.

Cada médium com a sua mente.

Cada mente com os seus raios, personalizando observações e interpretações.

E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam.

Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus:

– A cada qual segundo suas obras.

Emmanuel

Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1954.